terça-feira, 12 de outubro de 2010

Maternidade neste Dia da Criança

"Ser mãe é padecer no paraíso". Para mim, era apenas um velho ditado - perdoe a minha ignorância poética - que nós mães, não muito raro, justificamos nosso "trabalho" de criar nossos filhos. Mas, está aí descrito neste belo poema, mais um, lido por mim dentro do ônibus, numa bacana parceria entre a Rio Ônibus e a Academia Brasileira de Letras.

Então, para aquelas que tiveram a benção da maternidade, não só as que pariram, mas as adotivas, as avós mamães; tias mamães; madrinhas mamães... A todas aquelas que têm um coração enorme, mas tão grande, que cabe todo o amor do mundo para cobrir o filho, o sobrinho, o netinho, o afilhado, o filho do amigo, o amiguinho do filho.

Que este dia das crianças seja também para lembrarmos do nosso compromisso com essa turminha que está crescendo, vendo exemplos que podem transformá-los em pessoas dignas, solidárias, corretas ... ou não.

O autor deste poema é Coelho Neto. Foi professor, político, romancista, contista, crítico, teatrólogo e, claro, poeta. Nasceu em Caxias, no Maranhã, em 21 de fevereiro de 1864, e faleceu no Rio de Janeiro, em 28 de novembro de 1934. É o fundador da Cadeira n. 2 da Academia Brasileira de Letras, que tem como patrono Álvares de Azevedo.



 Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio que suga, o pedestal do seio,
onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.


Ser mãe é ser um anjo que se libra
sobre um berço dormindo! É ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra!


Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!

Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!







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