quinta-feira, 17 de março de 2011

Seminário de Gestão e Produção Cultural - Rodolpho Athayde - produtor cultural



As dificuldades e a atuação dos produtores culturais”



O produtor cultural Rodolpho Athayde destacou, na sua participação, as dificuldades que o profissional da área enfrenta para desenvolver projetos e colocá-los em prática. Ele ressaltou que é importante sistematizar e reforçar as atividades de gestor e produtor cultural. “Em grande parte das vezes, está vinculada à prática individual de cada um”, afirmou.

A experiência de Rodolpho Athayde está centrada, atualmente, nas artes plásticas. Formado em Filosofia pela Universidade Estatal de Moscou (M.V.Lomonosov), é sócio fundador da Arte A Produções. Mas já trabalho também na área musical. Desde 1995 trabalha na área de promoção cultural, responsável pela presença no Brasil de importantes músicos como Gonzalo Rubalcaba, Buena Vista Social Club, Irakere com Chucho Valdéz, o grupo Los Van Van, Síntesis, Jane Bunnett, entre outros. Entre 1999 e 2001, produziu uma série de sete CDs, dois deles indicados para o Grammy Latino. Em 2005 assumiu a coordenação geral dos projetos de Arte A Produções com as exposições Arte de Cuba, Carlos Garaicoa, Virada Russa, Expedição Langsdorff, Islã e Miragens.

Na avaliação de Rodolpho Athayde, o gestor cultural no Brasil exerce uma multiplicidade de funçõesm diferentemente de países na Europa.”É um desafio grande. Hoje se fala muito no curador. Nós no Brasil temos uma série de curadores importantes, mas a grande maioria dos projetos, principalmente, de artes visuais, ão ligadas a curadores e gestores que têm essa diversidade de funções. São responsáveis desde a criação do projeto e assumr totalmente a gestão direta da produção. É um processo complexo”, ressaltou.

Ele lamentou a falta de pessoal capacitado para implementar os projetos com todas as exigências neles contidas e a falta a falta de espaço adequado com condições necessárias para abrigar exposições de alta complexidade, como a mais recente que realizou sobre o Islã. “Temos vontade de levar projetos para outras regiões do país, mas não têm espaços adequados. Estou falando, inclusive, de capitais importantes.”

Outra questão fundamental abordada pelo produtor é a remuneração. Alguns projetos, segundo ele, demandam dedicação total, então, os produtores precisam fazer da proposta uma proposta viável. Mas, é um desafio muito grande manter uma produtora hoje em dia centrada na especlaização de determinadas áreas. De acordo com Rodolpho Athayde, projetos culturais de qualidade precisam de pesquiisa séria, planejamento complexo e fica manter pessoal capacitado e qualificados.

“Quando enfrentamos, por exemplo, exposições internacionais como do Islã,

precisamos de pessoas com qualificação, tanto de línguas, gestão empresarial, em negociação internacional. Como se preparar? Como trabalhar, preparar projetos futuros e manter a estabilidade do pessoal e da empresa? Eu falo do ponto de vista de uma equipe de produção altamente privilegiada, mas imagine o produtor que está começando ou não tem ainda algum nome no mercado?”, ressaltou.

E as dificuldade não param por aqui. Ela ressalta, ainda, a questão do seguro. “Carecemos no Brasil ferramentas que existem em outros países. Por exemplo, a questão do seguro. Eventos geram gastos, as vezes, que resultam em 40% do projeto e às vezes tem que ser negociado internalmente, no país não há empresas que possam trabalhar com esses valores”

Como conselho para os iniciantes, Rodolpho Athayde destaca que a preparação de um projeto tem que estar baseada no diferencial, na sustentação, na elaboração de um conceito que se justifique por si só e que seu peso seja suficiente para ser considerado para além da pessoa que apresenta. “Infelizmente, hoje muitos patrocinadores olham para quem propõe”, lamentou.

Ele lembrou de quando conseguiu emplacar o primeiro projeto no CCBB. “Não tínhamos parentes, políticos influentes. E o pior: apesar de pai brasileiro, ainda sou estrangeiro, sou cubano, e minha esposa e parceira Annie Rodrigues também não é brasileira. Felizmente, o projeto foi apresentado através de edital via internet. A sustentação do projeto foi suficientemente forte.”

Rodolpho destaca, com isso, a importância desse tipo de curso e formação. Embora afirme que o produtor cultural se faz na prática, reconhece que é importante a veiculação desse tipo de proposta, ou seja, curso e experiência. “Assumir a função de produtor requer tempo, preparação, conseguir os apoios necessários para o trabalho e estabelecer uma proposta clara e antenada com os interesses tanto do patrocinador quanto das diretrizes para não ficarmos frustrados de achar que o projeto é maravilhoso, mas não se encaixa.”

Rodolpho Athayde destacou, também a importância cultura brasileira e lembrou que a exposição do Brasil será muito grande no mundo com a proximidade das Olimpíadas e Copa do Mundo. No entanto, ele acredita que é preciso diversificar. “Claro que a música o Brasil se destaca, mas tem outras áreas que precisam de oportunidades artes plásticas que precisa ter mais reconhecimento. O Brasil tem um movimento muito forte, artistas reconhecidos dentro do circuito da área contemporânea, mas precisam de apoio.”, afirmou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário